O QUE ME FAZ "VOAR"

Gostei do termo, há coisas que de facto nos fazem "voar",sem dúvida, uma delas para mim é a escrita, depois a dança e tb gosto de cantar.

Se tivesse seguido carreira ligada ás artes, seria numa destas vertentes que adoro mesmo.

Ganhei o vício da escrita há uns anos, espontaneamente dei por mim a registar em blocos de agenda as minhas memórias, a minha forma de encarar a vida, no fundo foi a forma que encontrei de mandar para fora tudo que tinha para dizer e tantas vezes consigo expor por palavras aquilo que sinto realmente, as ideias fluem e eu escrevo até sentir que estou aliviada.

É um escape que tenho, que considero mt saudável e me dá prazer faze-lo, muitas vezes a escrever encontro explicação ou solução para muitas coisas, pk no fundo isso implica sempre uma introspecção mt grande que faz com que eu "voe" mas com os pés sempre bem assentes no chão.

Um dia se escrevesse um livro já até pensei num possível título "Viver para além da dor", parece-me um tema bem forte, que daria pano para mangas.

Mas á parte disso adoro música e dançar, sempre que posso, não sei viver sem isso.Depois tb adoro cantar, nunca o fiz em público, pk sou envergonhada, mas passo a vida a cantarolar e desde pequena que me conheço assim.

No fundo acho que toda a gente tem jeito para uma qlq arte, é só descobri-la.

Xau, amigos, bjs

Olhem lá o que me faz voar!!!

Adorei!

a menina gosta mesmo é de mergulhar de cabeça

Tás um espectáculo e acho que tens mt bom gosto, porque eu não disse mas também adoro água, mas fico-me pela natação que me dá um grande prazer.

Bons mergulhos, Força Rita.

Há tanta coisa que me faz voar, desde a pintura à alegria de um dia bem passado com a família.

No entanto há um poema que todos de certeza bem conhecem, que diz tudo O QUE ME FAZ VOAR

Pedra filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

António Gedeão