A importância das enzimas presentes nos alimentos está começando a ser
estudada só agora, pela ciência de ponta. A pasteurização do leite
destrói as suas enzimas. Uma delas, a fostatase, é essencial para a
absorção do cálcio. Agora, me responda: de que adianta o leite conter
cálcio, se a sua absorção está prejudicada? Na prática, tudo se passa
como se esse leite fosse pobre em cálcio! Você já reparou que a
osteoporose está atacando pessoas cada vez mais jovens?
Outra enzima presente no leite, a lipase, é útil para a absorção dos
ácidos graxos (gorduras). Porém, é destruída pela pasteurização. A
enzima galactase, importante para a digestão do açúcar do leite (que
recebe o nome de galactose), é perdida. A catalase, peroxidase,
diastase… todas as enzimas que facilitam e propiciam a utilização dos
nutrientes desaparecem. Os próprios nutrientes do leite se alteram ou
são destruídos com a pasteurização e o processamento industrial. Por
exemplo: Você, que sempre acreditou nos benefícios do leite, rico em
cálcio, aos dentes, precisa levar em conta que a destruição e
alteração de outros de seus nutrientes, pelo processamento industrial,
acaba causando um efeito radicalmente inesperado.
O Dr. Ralph Steinman, professor emérito da faculdade de odontologia da
Universidade Loma Linda na Califórnia, realizou num estudo científico
em ratos, dividindo-os em 3 grupos: o primeiro, alimentado com ração
normal, teve menos de uma cárie, em média, ao longo da vida. O segundo
grupo recebeu uma alimentação recebeu numa dieta repleta de açúcar, e
apresentou uma média de 5,6 cáries por rato, ao longo da vida. Mas o
terceiro grupo foi alimentado com leite pasteurizado homogeneizado, e
apresentou 9,4 cáries por rato, em média. A propósito, o processo de
formação de cáries é idêntico em ratos e seres humanos. Se o leite
industrializado faz isso com os dentes, imagine então os ossos!
Agora, imagine as crianças, que além de leite industrializado,
consomem avidamente chocolate, brigadeiro, leite condensado, bolacha,
batata frita, macarrão e outras fontes de açúcar!!! O pior é que esse
péssimo hábito é reforçado pelos pais, pela escola, pelos buffets
infantis, pelos avós, enfim, por todo mundo! A saúde dos dentes
reflete a saúde do organismo como um todo. Dentes ruins são sinal de
saúde ruim. Hoje em dia, os cardiologistas já comprovaram que a
aterosclerose e as cáries andam de mãos dadas. Ambos os processos
fazem parte de um mesmo estado degenerativo. A única diferença é que
as cáries aparecem primeiro.
Você percebe?
Não basta apenas o cálcio.
O leite cru possui uma série de nutrientes, alguns dos quais ainda não
foram nem sequer isolados e identificados pela ciência, mas cujos
efeitos podem, sim, ser observados após a perda ou alteração desses
nutrientes pelo processamento industrial. O leite contém um açúcar
chamado lactose. Por sinal, em grandes quantidades. Se o leite for
cru, essa lactose não possui o efeito destrutivo do açúcar comum
(sacarose), pois é absorvido bem mais lentamente e, assim, não
sobrecarrega o pâncreas na produção de quantidades excessivas de
insulina.
Por outro lado, se o leite for pasteurizado, a coisa muda: o
aquecimento a altas temperaturas transforma a lactose em beta-lactose,
que é um açúcar muito mais rapidamente absorvido pelo organismo,
resultando em picos excessivos de insulina e sobrecarga do pâncreas.
Quando essa insulina acaba de cumprir o papel de livrar o sangue do
excesso de açúcar, ela permanece na circulação por mais um tempo,
desta vez retirando açúcar necessário ao bom funcionamento do cérebro
e do organismo. O organismo reage imediatamente a essa baixa anormal
de açúcar, provocando uma sensação de fome. Fome por alguma coisa que
reponha rapidamente esse açúcar, como por exemplo, um doce, ou quem
sabe, mais leite. A coisa vira um ciclo, uma espiral, uma bola de
neve. Um dos resultados é a obesidade, que por sinal, está se tornando
uma epidemia.
Outro resultado é a enxaqueca, depressão, ansiedade, crises de pânico
e desequilíbrio hormonal (e suas conseqüências). O processo de
homogeneização do leite consiste em filtrá-lo sob alta pressão, de
modo a reduzir ao máximo o tamanho dos glóbulos de gordura que nele
contém, de modo que o leite não separe, ou seja, não forme nata. Fique
sempre homogêneo. Esses glóbulos de gordura possuem uma membrana
externa, microscópica, constituída por uma certa proporção de
proteínas e gorduras. Com a homogeneização, ocorre um aumento brutal
na área de superfície desses glóbulos de gordura, a perda da estrutura
original das membranas desses glóbulos e sua substituição por uma
proporção bem maior de proteínas que no leite cru. Este fator pode ser
um dos responsáveis pela tendência do leite industrializado a provocar
alergias.
As proteínas do leite, como a caseína, lactoalbumina e lactoglobulina,
são estruturas químicas complexas que, quando aquecidas além de 46
graus, começam a sofrer um processo chamado desnaturação. Esse nome é
ótimo, porque diz tudo. Com a pasteurização, Elas perdem o seu estado
natural (naturação) e se tornam substâncias estranhas ao organismo de
quem as ingere. Quando entramos em contato com elas, nosso sistema
imunológico as reconhece - em maior ou menor grau - como se fossem
corpos estranhos! Quando é em maior grau, o indivíduo tem sorte, pois
já sabe que, se tomar o leite do supermercado, sofrerá uma série de
reações intensas (digestivas e outras). Quando esse reconhecimento é
em menor grau, como no caso da maioria das pessoas, as reações não são
visíveis, nem óbvias, mas acontecem. Um sistema imunológico voltado,
ainda que em baixo grau, para uma reação inútil contra estruturas do
leite de supermercado, está passando por uma sobrecarga desnecessária.
E constante, naqueles indivíduos que fazem uso quotidiano desse leite.
O sistema imunológico é quem comanda a regeneração e cura das doenças.
Um sistema imunológico sobrecarregado não combina com nenhum tipo de
melhora!
Crianças e adultos, no meu consultório, com gripes e resfriados,
infecções de ouvido freqüentes, dores de cabeça, enxaquecas… param o
leite de supermercado, e em 3 meses, nunca mais querem ver esse leite
pela frente, pois sentem-se melhor! Tente você também.
E tem mais: essa reação do sistema imunológico, por menor que seja, é
uma reação denominada inflamatória. Acompanhe o raciocínio: Qualquer
dor, inclusive a dor de cabeça, compreende, entre outras coisas, no
seu mecanismo, uma inflamação. Se você, além de sofrer de dores de
cabeça, consome, sistematicamente, algum ingrediente que pode causar
uma resposta inflamatória do corpo, estará criando um estado
pró-inflamatório no seu organismo. Fica muito mais fácil ter dor!
O leite de supermercado pode predispor a doenças auto-imunes, pois os
anticorpos voltados contra as estruturas do leite podem, "sem querer",
reconhecer estruturas do nosso próprio corpo (articulações, pâncreas e
outros órgãos e tecidos) como se fossem as estruturas do leite. Nessa
hora, você começa a ser atacado pelos seus próprios anticorpos. São as
assim chamadas doenças auto-imunes.
Bebês que, nos primeiros 6 meses, se alimentam com leite pasteurizado
em detrimento do materno, têm maior incidência de infecções
respiratórias, diarréia, pneumonia, infecções de ouvidos, e outras
doenças bacterianas e virais. Há até cientistas correlacionando a
ingestão de leite pasteurizado no primeiro semestre de vida, com o
aparecimento maior de doenças do sistema imune, por exemplo, diabetes,
colite ulcerativa, doença celíaca e outras, em comparação aos
não-consumidores de leite de vaca.
Por que, então, consumimos leite pasteurizado? A resposta é simples:
Propaganda, propaganda e propaganda.
A última moda, agora, é o leite ultrapasteurizado. Dê uma olhada em
muitas caixinhas de leite de supermercado, e você poderá ver as letras
UHT impressas no rótulo. UHT nada mais é que a abreviatura de Ultra
High Temperature - temperatura ultra alta. Pelo que você já leu até
aqui, já dá para entender que isso não é uma coisa nada boa.
Pesquisadores da Universidade de Washington, em 1960, ficaram
interessados em resultados de estudos mostrando uma incidência maior
de infarto em portadores de úlcera do estômago, e levantaram a
suspeita de que o leite pasteurizado, utilizado na época pelos
pacientes para aliviar seus sintomas de queimação, pudesse estar
exercendo um papel nesse processo. Fizeram, então, um estudo
estatístico ligando o consumo do leite à incidência de infarto, e que
foi publicado na revista Circulation, volume 21, página 438. O estudo
comparou a incidência de ataques cardíacos em consumidores quotidianos
de leite pasteurizado versus não consumidores.
O resultado? Três vezes mais consumidores de leite tiveram ataques
cardíacos, nos Estados Unidos. Na Inglaterra, seis vezes mais.
Quem levou a culpa? A gordura do leite. E assim, desnataram o leite. O
mundo inteiro passou a consumir leite desnatado e alimentos com baixos
teores de gordura.
Será que essa atitude levou a uma diminuição das doenças coronarianas?
As estatísticas dizem que não.
A que interesses atende o consumo de leite industrializado? Aos
interesses de uma indústria multibilionária.
A megaindústria investe bilhões para romancear o seu produto,
associá-lo a bichinhos, a cenas da infância e musiquinhas, em
propagandas espalhadas por todos os lugares, que absorvemos através
dos nossos cinco sentidos, todos os dias, repetidas vezes. Uma
verdadeira lavagem cerebral.
Toda essa filosofia foi criada por uma indústria visando um mercado
multibilionário de alimentação e saúde. Os entrevistados típicos são
profissionais altamente inteligentes, graduados e capacitados, que
algum dia se envolveram em um trabalho científico de pesquisa que
levou ao patrocínio de alguma indústria alimentícia e/ou farmacêutica,
ou indiretamente, através de algum órgão governamental (no Brasil ou
fora dele) controlado, financeiramente, pela indústria. Se alguma
pesquisa destes cientistas apontar para um efeito negativo do remédio
ou alimento em questão, este resultado é simplesmente omitido. Deixado
de lado. E caso outro pesquisador qualquer tenha apontado para o mesmo
problema, a solução típica é ignorar essa informação e, de quebra, o
pesquisador. Assim, ninguém fica de consciência pesada.
É claro que existem inúmeras pesquisas, patrocinadas pela indústria,
sobre alimentos e remédios, realizadas por grandes cientistas, e todas
estas pesquisas são de enorme importância - desde que seus resultados
venham ao encontro com os interesses maiores da indústria, e dêem a
ela suporte de modo a evitar qualquer conflito de opiniões.
Dica: Troque o Leite Pelo Iogurte
Recebi uma pergunta, através do formulário que disponibilizo no meu
site para esse propósito, de uma internauta de São José dos Campos
(SP). Eis aqui a questão:
O site é bem organizado e muito esclarecedor para quem sofre de
enxaqueca. Sofro deste mal, há muitos anos. Vi que o leite é um dos
alimentos que é recomendado evitar, mas os seus derivados como o
iogurte não. Por quê? Tudo que estava no leite está no iogurte,
principalmente o caseiro. Entrei na menopausa (e a enxaqueca
continua), mas não faço nenhum tipo de reposição hormonal, e acho o
leite importante p/ evitar a osteoporose, sendo a fonte com grande
quantidade de cálcio. É um dilema: tomar ou não tomar leite para
evitar a enxaqueca.
Esta pergunta é muito importante, e é com muita alegria que recebo
esta oportunidade de tocar no assunto leite versus iogurte.
O leite, em seu estado original (ou seja, recém-saído de uma vaquinha
saudável, criada solta e não em confinamento, que não recebe hormônios
e se alimenta não de ração mas sim de pasto - sem agrotóxicos - em
suma, uma vaquinha feliz!), é um alimento muito saudável, denso em
nutrientes importantíssimos, que nutriu nossos antepassados das mais
variadas partes do planeta, em toda a sua jornada ao longo da
História.
Com o adensamento das cidades e a Revolução Industrial, a criação das
vacas deixou de ser atributo de indivíduos que valorizavam os animais,
passando a pessoas pagas para tal função, não necessariamente fazendo
isso por vocação ou amor. As vacas se transformaram, de companheiras
do homem, em fábricas de leite. O leite era ordenhado por pessoas
mal-pagas, sem nenhuma noção de higiene. As vacas foram transferidas
do campo para lotes de confinamento, e alimentadas com grãos cereais e
uma série de alimentos inapropriados.
As epidemias, nessa época, foram uma conseqüência natural.
Tuberculose, brucelose, cólera e tantas outras, ceifaram muitas vidas.
De repente, os cientistas da segunda metade do Século 19 descobriram
os micróbios. Concluiu-se, com razão, que eram eles os responsáveis
pelas doenças que causavam epidemias. Em seguida, descobriu-se que a
fervura matava os micróbios. Nasce a pasteurização.
Dentro desse contexto de falta absoluta de higiene, infecções,
doenças, epidemias e alta mortalidade no Século 19, a pasteurização
mudou drasticamente o cenário. Bastava submeter o leite sujo e
contaminado a uma alta temperatura… e matavam-se os micróbios!
Cuidados de higiene nos estábulos, na ordenha, nos funcionários, no
armazenamento do leite? Para que?? A pasteurização mata tudo!
De fato, mata. Inclusive o próprio leite.
O que, naquela época, não se sabia, é que existem componentes do leite
cuja estrutura química sofre modificações com a pasteurização. E essas
modificações tornam tais componentes prejudiciais à nossa saúde,
facilitando inclusive o surgimento de reações inflamatórias de toda
espécie. E onde há inflamação, há dor.
O mais sensato, face à potencial contaminação por micróbios nocivos,
seria tirar o leite de vacas saudáveis, que se nutrem de capim e pasto
(alimentos que a natureza lhes reservou para se manterem saudáveis); e
comercializar esse leite como um produto altamente perecível. Isso é
impossível numa mentalidade industrial cujo principal objetivo é o
lucro, não a saúde. Afinal, o leite de verdade (não pasteurizado,
portanto cru) pode facilmente azedar ou coalhar - e como explicar isso
para o consumidor?
A propósito, leite cru azedo ou coalhado é tão ou mais saudável que a
versão original. Essa transformação (na verdade, em uma forma de
iogurte) é levada a cabo pelas bactérias benéficas que habitam o leite
(lactobacilos vivos). Essas mesmas bactérias fazem um bem imenso ao
nosso organismo e protegem o leite cru de contaminações por micróbios
nocivos. Os lactobacilos, habitantes naturais do leite, morrem todos
com a pasteurização, tornando-o vulnerável à contaminação pelo
primeiro micróbio nocivo que aparecer. Esse sim é um produto perigoso!
Se a estrutura química do leite é modificada pela pasteurização a
ponto de se tornar estranha ao nosso sistema imunológico, a
transformação desse leite - mesmo pasteurizado - em iogurte, modifica
novamente a estrutura molecular do leite de modo a neutralizar o
potencial malefício.
Por isso, minha dica desta semana é: substitua o leite pelo iogurte em sua vida.
Cuide apenas para que o iogurte seja integral e não desnatado. Quanto
menos processamento, melhor.
Lembre-se que não estou me referindo aos iogurtes que já vêm com sabor
de frutas, repletos de corantes, conservantes e outras substâncias
químicas. Prefira o iogurte natural, que você pode bater no
liqüidificador com a fruta da sua preferência.
ATENÇÃO:
SE VOCÊ LEU O ARTIGO, ACHOU INTERESSANTE, FICOU COM MEDO DO LEITE DE
VACA COMERCIAL E PENSA EM TROCÁ-LO PELO LEITE DE SOJA, LEIA ANTES O
QUE JÁ FOI PUBLICADO SOBRE O ASSUNTO AQUI NO SITE CRIANÇAS NA COZINHA:
Soja, a história não é bem assim: http://pat.feldman.com.br/?p=5
Você ainda vai dar leite de soja para os seus filhos?:
http://pat.feldman.com.br/?p=859