Olá a todos...
Depois de ter lido os últimos posts deste tópico não pude deixar de me sentir um pouco
...
A Ana Lopes é minha irmã e está inscrita desde o dia 31 de Dezembro do ano transacto. Pertence a este fórum apesar de nunca se ter apresentado. Aliás, muitos membros dão o seu contributo sem se apresentarem... não vejo onde está o mal nisso. Ela somente se sentiu indignada porque existem alguns membros que se manifestam de uma forma um pouco...
digamos , agressiva?
Acredito que ela (como eu... e certamente, como alguns membros) sente que alguns comentários aqui expostos são, de alguma forma, pouco... diplomáticos. Uma coisa é estar e\ou demonstrar que se está em desacordo com algo. Outra coisa é ironizar, criticar... desprezar. E, ultimamente, é o que se tem sentido nas palavras que aqui se lêem. Infelizmente
.
As pessoas sentem-se, muitas vezes, debilitadas, frágeis... há que ter um pouco de mais atenção com a maneira como nos expressamos com elas.
Tal como sei que existem pessoas que se sentem demasiado revoltadas com tudo o que se passa... e acabam por “descarregar” toda essa revolta através das palavras.
A EA tem a capacidade de nos deixar assim, mesmo: debilitados, frágeis, revoltados... com raiva de tudo e de todos – falo por mim, pelo menos.
Creio que existe uma melhor maneira de canalizar todos estes sentimentos tão pouco (ou quase nada) positivos ... qual será? A resposta está dentro de cada um de nós. Basta que queiramos procura-la. Basta que queiramos mudar alguma coisa na nossa vida... mesmo que seja pouco. O importante é mudar.
A minha família é testemunha: depois de tanto tempo a ser “ofensivamente ignorada” pela classe médica, quando fui diagnosticada... eu
perdi completamente o meu centro. Gritei, chorei... a raiva que sentia de todos – porque eu sentia que a culpa era de todos os que me rodeavam – via-se nos meus olhos, ouvia-se nas minhas palavras... sentia-se nos meus silêncios.
Até que eu dei um
Basta na minha auto-piedade. Canalizei as minhas frustrações na procura de soluções. Encontrei a solução... mas "
nem tudo são rosas" como o Ricardo diz
...
Não é fácil: a revolta mantém-se (principalmente, sempre que se lê um depoimento como o do Albino Assunção); a vontade de chorar... todos os dias. Mas, como eu disse, há que procurar canalizar todos estes sentimentos menos positivos. Muitos já fazem isso!
Eu gosto de cozinhar, a Páscoa gosta de pintar... o Freeport faz testes!
Eu, sinceramente, não vejo o mal de tantos testes... eu estou sempre a fazer testes. Ainda ontem, fiz o teste da abóbora – fica para uma outra altura
. Também não me considero obcecada por estar sempre a ler os rótulos de tudo. Também não tenho medo de entrar em paranóia.
Eu posso explicar:
Antes de ter conhecimento da DSA- Com dor crónica, acamada dia e noite, tomava banho só uma ou duas vezes por semana porque doía demais (mesmo sendo a minha mãe a fazê-lo). Não saía de casa, não podia trabalhar... ou passear. Isto quando não tinha os conhecidos surtos ou crises de EA. Quando isto acontecia, pensava na morte.
Quando descobri que havia a DSA - “Tretas!... Se isso fosse verdade, não existiriam espondilíticos no mundo! Bem... o António curou a Doença de Cronh com uma simples dieta. Sim! A Doença de Cronh não tem cura... é crónica como a EA... mas dez anos – de colonoscopias, hemorragias quase 24 horas seguidas, anemia crónica, transfusões de sangue – depois, o facto é que ele está mesmo curado! Até o médico dele pediu-lhe o livro da tal dieta... Também, não me custa nada tentar: não tenho nada a perder. Tentemos.”
Quando comecei a DSA-“No Natal vingo-me nos pastéis de bacalhau da minha mãe!”
...
Três semanas após o início da DSA- O meu primeiro Natal do resto da minha vida! Pastéis de Bacalhau? Nem olhei para eles. Estava
Sem dores!!!
Não sou obcecada: sou
cautelosa.
Mas,
atenção!
Não é minha intenção criticar as pessoas que de alguma forma nos possam considerar obcecados... ou mesmo paranóicos!
Pelo contrário: eu compreendo o vosso ponto de vista. O que eu
realmente gostaria é que percebessem o nosso ponto de vista. Gostaria que percebessem porque razão
somos\agimos assim.
Só para terminar: sei que existem espondilíticos que após algum tempo na DSA conseguiram voltar a consumir amido. Eu já decidi que isso jamais acontecerá comigo. Quando chegar esse dia, eu irei continuar com a DSA. Porque, como uma vez contei aqui, a minha saúde melhorou muito... muito mesmo. Não quero voltar a ter o fantasma da diabetes atrás de mim. Não quero voltar a estar em risco de ter um AVC a qualquer momento... não quero a vida que eu tinha.
Agora, eu peço para que todos continuemos a participar: sem criticas (das que não são construtivas), ironias (que podem magoar)...
Fórum sem participação, não é Fórum: é Blog. Todos temos ideias diferentes. Todos somos diferentes. Mas é com a
diferença que se vai
construindo algo. Se todos gostássemos do amarelo...
Um abraço grande
...e até de repente,
Susana Lopes