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Quadro Espondilítico da Espondilite Anquilosante

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Susana Lopes

Susana Lopes

Quadro clínico caracterizado pela presença de inflamação das entésis e das sinóvias articulares do sistema esquelético axial dorsal (coluna vertebral) originando, nos casos graves de evolução deixada expontânea:

a. Dor acompanhada de rigidez que tende a evoluir para anquilose;

b. Diminuição da informação axial com tendência a alinhamento incorrecto das estruturas de suporte com colapso do tórax sobre a bacia e avanço cefálico relativamente ao tórax e bacia;

c. Perda de massa óssea funcional dos segmentos atingidos;

d. Remodelação patológica com empobrecimento da morfologia funcional dos diversos componentes dos segmentos vertebrais e aparecimento de ossificação ectópica, em especial a nível das diferentes entésis (formando sindesmofitos);

e. Metaplasia óssea das estruturas articulares (fusão articular) estabelecendo-se
continuidade de tecido ósseo entre vértebras vizinhas (artropénia do sistema) com formação de segmentos vertebrais longos, dismórficos e com eixo encurvado em cifose;

f. Consequente fixação da distância entre as inserções da musculatura satélite dasarticulações extintas com bloqueio dos mecanismos reguladores do tonus, da circulação e do metabolismo – conduzindo à atrofia, à fibrose e agravando o défice informativo axial;

g. Perda do ajuste postural ao conforto de transmissão de carga em repouso, ao
alinhamento de posicionamento de vantagem mecânica em actividade de esforço, à resposta a traumatismos por distribuição e dispersão de esforços mediante mobilidade multifocal integrada (susceptibilidade a sobrecargas e acidentes traumáticos);

h. Fixação das relações topográficas entre os órgãos da cavidade geral do corpo, isto é, dos órgãos intratorácicos e intra-abdominais ou pélvicos e bloqueio das articulações costo(disco)vertebrais e costo-transversárias com perda da mobilidade esquelética torácica;

i. Eventualmente, fixação da anquilose em desalinhamento cifótico ocorrendo:
Colapso do tórax sobre a bacia;

Situação de perda da dimensão longitudinal anterior do abdómen com alongamento funcional da musculatura da parede (rectos abdominais, sistemas grande e pequeno oblíquos e conjunto dos transversos abdominais);

Consequente aumento da dimensão antero-posterior do abdómen com ptose e
avanço das vísceras móveis e consequente alongamento da alavanca de carga ponderal sobre o pilar anterior da coluna vertebral;

Diminuição da elevação do centro frénico na fase expiratória (passiva) do diafragma por falta de pressão intracavitária abdominal devido ao relaxamento da musculatura da parede pela situação de estarem funcionalmente alongados;

Eventual dificuldade inspiratória (activa) da musculatura diafragmática por diminuição da distância intraabdominal entre o diafragma e o pavimento pélvico;

Diminuição ou incapacidade de estabilização toraco-pélvica por elevação da pressão intra-abdominal (balão de suporte) mediante contracção da musculatura anterior do tronco com as cordas vocais cerradas (oclusão laríngea).

Focalização repetitiva de esforços mecânicos às mesmas localizações topográficas duma coluna vertebral que perdeu a organização segmentar e está funcionalmente reduzida a um pilar dismórfico com continuidade de tecido ósseo.

Consequente aumento do risco de fractura de fadiga (stress);
Maior probabilidade de, em caso de ocorrer fractura, ela ser instável pela razão de a remodelação estrutural ter extinto o diferencial de nível de ruptura estrutural entre os pilares anterior e postero-laterais;

Em caso de eventual deformidade cifótica global com vértice na charneira toraco-lombar, forte probabilidade de evolução para pseudartrose destrutiva exigindo cirurgia a dois níveis: focal de estabilização associada a osteotomia lombar baixa de reorientação do esforço de carga realinhando-o, ao nível do foco de fractura, sobre o pilar anterior.


Fonte:
Manual da Espondilite (Anquilosante)
ANEA

http://espondiliteanquilosante.blogspot.com/

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